Segunda fase do Metro Mondego arranca esta terça-feira: "São 15 anos à espera"
Nas viagens que o Conta Lá vem fazendo, bem como nas redes sociais da empresa Metro Mondego, muitas são as expectativas relativamente ao arranque da nova ligação que o Metrobus passará a fazer entre Coimbra, Miranda do Corvo, Lousã e Serpins.
“São 15 anos de espera. Vamos ver se o autocarro a pilhas vai então resolver o problema da população de Serpins, Lousã e Miranda do Corvo” comenta, com ironia, José Neto ao Conta Lá, fazendo referência aos novos veículos elétricos.
A maioria dos potenciais utilizadores do novo troço suburbano mostra-se, por estes dias, preocupada com os horários noturnos, lembrando que, especialmente aos fins-de-semana, quem trabalha à noite precisa de viagens que permitam regressar a casa.
Pedro Silva, que trabalha por turnos que incluem noites e fins-de-semana, explica: “eu trabalho por turnos e, como eu, há muita gente que precisa desse autocarro para Miranda e Lousã”. Maria Rodrigues reforça a ideia, lembrando que os horários do Metro não podem andar “desajustados com os horários de saída do trabalho à noite e ao fim de semana. Temos um hospital central, clínicas de saúde privadas e outros trabalhos em que o horário de saída é à meia-noite”.
Mas a Metro Mondego já esclareceu, nas suas redes, que terá essas preocupações em conta, afixando o seguinte aviso: “Informamos que a Metro Mondego irá atualizar os horários do Metrobus, incluindo serviço entre as estações da Portagem e Serpins, aos fins-de-semana e feriados, depois da meia-noite".
A ligação de Coimbra a Serpins passará por 27 estações distribuídas pelos concelhos de Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra. Trata-se de um desafio importante para o Metrobus, depois de uma fase de estreia com o troço urbano que já funcionava desde 29 de Agosto.
Fazendo um balanço da operação, a Metro Mondego aproveitou para divulgar os números referentes à utilização diária do troço com os primeiros 5 quilómetros que inauguraram a circulação do Metrobus, em Coimbra, entre as estações da Portagem e Vale das Flores.
De acordo com os números avançados pela empresa, dá para perceber que a procura tem vindo a aumentar. A estimativa inicial de 1.400 passageiros diários foi rapidamente ultrapassada e, no primeiro mês contabilizado (Setembro), o Metro transportou mais de 7.000 pessoas por dia. Após contagem mais recente, já no início de Dezembro, esse número subiu, atingindo um pico de 9.818 passageiros em apenas um dia.
Também os utilizadores urbanos com quem o Conta Lá falou vão saudando esta nova forma alternativa de viajar em Coimbra, lembrando algumas preocupações que vão registando em cada viagem.
“Tem funcionado quase sempre bem. Depende um pouco das horas”, avança um passageiro que não se quer identificar. “Em algumas viagens que fiz, havia muita gente nas paragens e foi preciso ter alguém a controlar as entradas no autocarro. Para que seja uma alternativa que leve mesmo as pessoas a deixar o carro em casa, provavelmente, nas horas de maior procura, talvez seja preciso ter mais autocarros a circular no futuro. Lembro que atualmente não se paga, nesta fase experimental, e espero que, quando for a pagar, seja barato, justamente para que as pessoas escolham esta alternativa”.
Para quem precisa de continuar a usar carro, há também preocupações a registar. “Como automobilista, sinto que ainda teremos que nos habituar à presença do Metro. Tem havido alguns acidentes. Julgo que as pessoas ainda se confundem com a sinalização e há zonas onde essa sinalização é bastante confusa. Noutras zonas, talvez fosse preciso que a faixa destinada ao Metro fosse mais visível. Na minha opinião, nas zonas de cruzamento de trânsito, entre o Metro e os automóveis, a cor actual da via do Metro diferencia-se pouco das zonas destinadas aos automóveis”, diz Luís Costa, ao Conta Lá. E reforça: “pensava que, nas zonas de intercessão, houvesse cancelas ou mais segurança. Já vi até carros a circular em plena pista do metro”.